O que é a verdade? O que é o bem? E o mal? É perturbador reconhecer que não temos respostas prontas para essas questões, no entanto é compreensível não tê-las. São reflexos de um tempo que pensadores como Frederich Nieztche, Martin Heidegger e Jean Paul Sartre batizaram de sociedade pós-moderna.

Entre outras características da época em que vivemos, está  a falta de exemplos, de líderes ideológicos. Hoje cada um pode ter sua própria ideologia, ou seguir muitas ideologias  e ser respeitado por isso. É o tempo das minorias. Por que a sociedade está fragmentada e por vezes sem rumo. Não cabe para os parâmetros de hoje valores absolutos, definições completas e certeiras do que seja a verdade, ou o bem, ou o mal. Não há pureza para esses conceitos. O homem, hoje, é o parâmetro si mesmo.

Líderes como Che Guevara, Karl Mark, Martin Luther King, Carlos Prestes, Renato Russo, Cazuza, Paulo Freire ficaram no que sobrou da modernidade. Atualmente no mesmo i pod, mp4 ou mp3 convivem tranquilamente Bob Dylan e grupo Soweto. É tranqüilo de se admitir, atualmente, que um cidadão admire o Dalai Lama, comungue na missa de domingo e leia Deepak Choopra.

Não há caminho seguro, na pós-modernidade, o desafio e fazê-lo. Não há ninguém para dizer o que seja certo e errado. Como já profetizava Raul Seixas, “ói, olhe o mal, vem de braços e abraços com o bem num romance astral”. Os conceitos se fundem. E surge o que mais pode amedrontar um ser humano na pós-modernidade: o poder de decidir nunca esteve tão na mão de cada um de nós. Decidimos o que é o bem, decidimos o que é o mal. Estamos entregues à nossa própria responsabilidade e isso, é de fato, algo com que o homem nunca esteve acostumado a lidar. É a cultura do depende. Depende como fazemos, como entendemos, como vivemos cada uma das situações de nossas vidas que nos exigem tomar posições.  

Assim, as pessoas têm visto menos pontos em comum uns com os outros, têm se identificado menos com grupos, as tribos têm se esvaziado. Por que a cobrança de andar nesta ou naquela companhia deixou de ser uma condição para ser aceito. É admissível que uma mesma pessoa freqüente shows de rock, ande de terno, faça musculação e freqüente micaretas. Ninguém é de ninguém, são todos de todos e ao mesmo tempo, de ninguém. Assim, os relacionamentos cada vez mais superficiais, e aí de quem discorde que isso seja aceitável. Daí uma completa desorientação e descomprometimento de uma geração que não tem a menor idéia para onde vai. E que não obstante se fecha em guetos cada vez mais reduzidos.

Em outra palavras é a sociedade do ‘cada um no seu quadrado’ … e olhe lá quem ousar achar ruim do meu quadrado meio diferente!…